Em parceria com empresas de construção civil, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental investe na integração de disciplinas com o desenvolvimento de projetos estruturais. Para proporcionar ao aluno um leque ainda maior de oportunidades, o curso de graduação vai ser completamente reestruturado
Criado em 1948 junto à Escola Politécnica da PUC-Rio, o curso de Engenharia Civil começou a sua história ainda no prédio do Colégio Santo Inácio, em Botafogo, com aulas práticas no Instituto Militar de Engenharia, na Urca. Em 1955, foi transferido para o campus da Gávea e, em 1964, passou a integrar o Centro Técnico Científico (CTC). Em 2001, o Departamento de Engenharia Civil colaborou no desenvolvimento dos programas de graduação da Universidade, entre eles o de Engenharia Ambiental que, mais adiante, em 2016, passou a fazer parte do departamento. Agora, o próximo passo é reestruturar a graduação, para que os alunos tenham uma interação mais forte com o mercado de trabalho.
Há 55 anos, a Universidade implantou o mestrado, que foi o primeiro curso de pós-graduação stricto sensu em Engenharia Civil no Brasil. Dezenove anos depois, o doutorado nas áreas de Estruturas e Geotecnia passou a funcionar. Em parceria com a Technische Universität Braunchweig, da Alemanha, o departamento instituiu em 2009 o Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental. Até 2019, 1.358 alunos já se formaram nos cursos de pós-graduação do departamento.
O diretor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, professor Ney Augusto Dumont, acredita que os programas de iniciação científica e monitoria, a participação em projetos de pesquisa de engenharia e o Escritório Modelo são os diferenciais da graduação em comparação com outras universidades. De acordo com ele, os cursos têm como objetivo o desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas acadêmicas para ampliar a visão de conhecimento dos alunos.
– O departamento oferece formação abrangente, busca gerar profissionais com sólida formação científica, profissional e cultural, com a capacidade de absorver, utilizar e desenvolver novas tecnologias, com atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Há uma visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.
Ney Augusto Dumont
O diretor frisa que o departamento tem investido na integração de disciplinas com o desenvolvimento de projetos estruturais, como de prédios, pontes e barragens, em parceria com empresas de construção civil. Ele cita iniciativas como a implantação de acesso mecanizado ao Cristo Redentor, em 2000, em parceria com o IBAMA e a Fundação Roberto Marinho; o convênio com o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio, para avaliação de riscos associados aos danos causados pelas enchentes e deslizamentos na Região Serrana do Rio, em 2011/2012; e a avaliação de um potencial risco na estrutura da Estação Gávea do Metrô, em 2018/2019.
Segundo Dumont, os projetos de tecnologia social, financiados pelo CNPq e pela FAPERJ, em parceria com ONGs e comunidades do Rio de Janeiro, são também outras iniciativas importantes. Estes trabalhos têm como objetivo o uso da tecnologia de impressão 3D para estudos sobre a fabricação de componentes de habitação com a utilização de materiais naturais e reciclados. Dumont ainda ressalta o papel fundamental dos laboratórios na vida acadêmica dos estudantes, que aprendem na prática o conhecimento adquirido em sala de aula.
– Os laboratórios são montados com equipamentos modernos e têm o apoio de pessoal técnico especializado. As aulas de graduação ocorrem nestes laboratórios, em que os alunos têm a oportunidade de preparar amostras e acompanhar os ensaios, sempre sob supervisão adequada. Também haverá um novo Laboratório de Hidráulica no estilo spacemaker, no qual os alunos poderão conceber e desenvolver os próprios ensaios, usando material reciclado e ferramentas simples.
Implementadas em 2019, as Novas Diretrizes Curriculares dos cursos de engenharia definem que o ensino seja baseado no desenvolvimento de competências práticas e multidisciplinares como uma alternativa a um modelo de ensino baseado apenas em conteúdo. De acordo com Dumont, além dos laboratórios e do Escritório Modelo, novas disciplinas estão sendo desenvolvidas e oferecidas como eletivas para melhor preparar os alunos para o mercado de trabalho. A formação sólida e um leque de oportunidades, como intercâmbio e dupla diplomação, são pontos fortes do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, lembra o diretor.
– Esperamos poder continuar formando alunos altamente capacitados e que possam contribuir para o desenvolvimento regional e do país. Nosso curso de graduação está sendo completamente reestruturado, para que se mantenha dinâmico e possa proporcionar ao aluno um amplo leque de oportunidades, com interação cada vez mais forte com a indústria e a sociedade. Por isso, o compromisso com a qualidade é o que define nosso departamento.