Estabelecer uma vida em um país diferente é desafiador, trabalhar como jornalista e escrever em uma língua nova é ainda mais. Norman Prange, 29, nasceu no norte da Alemanha e veio ao Brasil em 2013 para um intercâmbio universitário, e a PUC-Rio foi a Universidade escolhida para a experiência acadêmica de um. Em 2014, ele ouviu falar sobre o projeto Comunicar e percebeu que fazer parte da redação seria uma ótima forma de praticar seu português.
Na época que buscou o Comunicar, o processo seletivo para estagiários não estava aberto, mas, de frente com a oportunidade de praticar as habilidades jornalísticas, ele apresentou um comprovante das aulas de jornalismo que já havia feito e torceu para o melhor. Seu português era tão bom que parecia inviável não abrir uma exceção e deixar com que ele participasse do projeto.
Com 15 anos, Norman fez um intercâmbio em Portugal, morou um ano com uma família portuguesa e fez o ensino médio em uma escola local. Segundo ele, a escolha do Brasil como destino foi motivada tanto pela proximidade que já tinha com o idioma quanto pela vontade de conhecer o Rio de Janeiro.
Ele conta que, durante o estágio no Jornal da PUC, aprendeu muito sobre o jornalismo que é feito no Brasil, mas, para ele, a experiência foi muito além e ajudou ele a amadurecer pessoalmente e aprender como trabalhar em equipe. Norman afirma que utiliza os conhecimentos adquiridos na redação do Comunicar para a atual função, e as lições aprendidas em terras brasileiras, segundo ele, fazem toda diferença. Ele optou por não seguir carreira em um veículo de grande circulação na Alemanha, porque as condições de trabalho não são tão boas e, observa, há uma crise no jornalismo impresso. Hoje, ele trabalha na bancada dos Social-Democratas no parlamento alemão.
-Eu aprendi demais sobre como ser um jornalista, como fazer uma boa apuração, como abordar entrevistados e como me virar como repórter na rua. Até tirar fotos eu tirei em um dado momento, e isto foi muito importante para o o meu aprendizado.
Em 2016, ele retornou ao Rio para revisitar a redação, e conta que amou rever os amigos e as chefes. Ainda comentou que fica muito feliz ao ver os colegas de redação em momentos tão bons na carreira, ele usou como exemplo o colega Nilson Klava, que hoje trabalha como repórter em Brasília pela GloboNews. Ele resume a experiência no Brasil como transformadora e essencial para ser quem é hoje, e declara que é eternamente grato a este momento da sua vida.