Por meio de ateliês integrados e interdisciplinares, Departamento de Arquitetura e Urbanismo desenvolve a prática dos alunos desde cedo. Além de capacitar os estudantes para o mercado de trabalho, curso forma profissionais conscientes sobre as adversidades do mundo
Há cinco anos, em maio de 2015, foi inaugurado na PUC-Rio o Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU). Apesar de novo, ele investe massivamente em disciplinas de projeto e participa de forma ativa no campus da Universidade. O departamento, agora, tem como meta melhorar a ocupação do Edifício Metro, que antes era um canteiro das obras do Metrô Rio e, após negociação, foi herdado pela Universidade. Hoje, o prédio é a sede da direção, das oficinas e do Escritório Modelo.
O curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo foi criado em 2002, com a colaboração do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental e do Departamento de Artes & Design e, com o mestrado, em 2013, foi instituído o Programa de Pós-graduação em Arquitetura. De acordo com o diretor, professor Otávio Leonídio, a principal função da Universidade é formar bons profissionais, aptos para o mercado de trabalho. Segundo ele, a graduação e a pós-graduação se complementam e qualificam o modelo de ensino do DAU por meio de atividades extracurriculares e projetos de iniciação científica.
– As pesquisas da pós-graduação são vinculadas ao trabalho que fazemos na graduação e vice-versa. Os professores trazem para as disciplinas da graduação novidades e conhecimentos adquiridos na pós. É um trânsito constante que queremos cada vez mais fortalecer.
O diretor aponta o arquiteto Alfredo Britto (1936-2015) como fundamental na fundação e consolidação do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade. Professor da PUC-Rio, Britto tinha uma prática profissional com forte atuação no Rio de Janeiro, voltada para o patrimônio e projetos de revitalização. A fundação da Biblioteca Alfredo Britto, que fica no Edifício Cardeal Leme, foi uma iniciativa para homenagear o arquiteto, que morreu seis meses após a inauguração do departamento. O acervo começou com 108 exemplares que pertenciam ao arquiteto e hoje reúne mais de 200 livros, doados por professores e alunos.
Leonídio afirma que o ateliê integrado de projeto é um diferencial da graduação de Arquitetura e Urbanismo e tem o objetivo de desenvolver o pensamento crítico necessário para a formação do profissional. Ele diz que, com um ritmo dinâmico, os alunos produzem desenhos, maquetes e pesquisas de campo para projetos reais. Segundo o diretor, a estratégia pedagógica do ateliê é reforçar a interdisciplinaridade, com o apoio de professores de diferentes áreas e de departamentos distintos da Universidade.
– A não dissociação entre teoria e prática é o que define o ateliê integrado de projeto. Os alunos do bacharelado devem cumprir, a cada período, 12 horas semanais, e o ateliê é ministrado por equipes combinadas de professores com dedicação integral. É uma carga horária puxada, mas o ateliê busca reproduzir um escritório de arquitetura real.
Escritório Modelo de Arquitetura
A professora Maria Fernanda Lemos propôs à Universidade a criação de um departamento específico, quando ainda ocupava o cargo de coordenadora de graduação do curso. Ela considera que, apesar de novo, o DAU é bem inserido e avaliado pela comunidade acadêmica.
O Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio é um espaço acadêmico que tem o intuito de capacitar os alunos para a prática profissional. Ele atende às demandas internas da Universidade em cooperação com a prefeitura e as vice-reitorias do campus. São desenvolvidos projetos como o plano de acessibilidade e sustentabilidade, de intervenção e reestruturação de áreas internas e externas, montagem de exposições, preservação e recuperação do patrimônio arquitetônico, histórico, artístico e cultural, em especial do Solar Grandjean de Montigny. Maria Fernanda diz que o escritório é uma peça fundamental por causa das oportunidades que ele oferece para os estudantes tanto dentro como fora do campus.
– O Escritório Modelo é um espaço muito importante para a complementação da formação de nossos alunos, oferecendo um estágio de qualidade. É um importante apoio técnico à Universidade, e uma das nossas oportunidades de relação com a sociedade civil por meio dos projetos que o escritório realiza, sempre de interesse social quando se trata de trabalhos externos.
A professora salienta que a colaboração para a ampliação da consciência social e ambiental dos futuros arquitetos é explícita nas atividades do departamento e é mais um diferencial positivo. Ela acrescenta que anseia por uma contribuição cada vez maior do DAU para a sociedade, com os projetos de extensão, produção científica e formação de recursos humanos.
– Eu espero um departamento cada vez mais engajado nas questões que afetam a sociedade contemporânea e na produção de capacidade técnica e humana para a produção de espaços de qualidade, socialmente justos e ecologicamente corretos. E que colabore para enfrentar desafios, como da crise climática e socioambiental, com competência, capacidade de inovação e responsabilidade social e ambiental.